Além do talento, estudo e dedicação – e o sucesso alcançado -, o que mais esses caras todos tinham em comum? Para começar, são todos Made In England e tocavam em bandas inglesas – God Save The Queen! E o que mais?
Vamos começar vendo os mapas dos já astrais Emerson (se suicidou em 10/março/2016) Jon Lord (morreu de câncer no pâncreas em 16/julho/2012):
Às 22:15 de 2 de novembro de 1944 nasceu Keith Noel Emerson, em Trodmorden, West Riding of Yorkshire, Inglaterra. Músico virtuoso, compositor e tecladista, ele atingiu o sucesso com o grupo Nice, na década de 1960, e consagrou-se com o Emerson, Lake & Palmer, seu supergrupo de Rock Progressivo que virou um dos ícones do estilo na década de 1970.
Saturno na Casa I – e retrógrado! – indica que o cara tende a ser persistente, querer saber e fazer tudo direitinho (e sozinho: autodidata), ficando exigente, crítico e cri-cri. Mas alcança resultados que outras pessoas desanimam só de pensar: Emerson começou a tocar piano aos oito anos, não teve uma educação musical formal, mas foi ouvindo e aprendendo, praticando, incluindo música clássica, Jazz e Rock à sua formação. Aos 15 anos, deixou a escola e começou a tocar piano em bares. Logo tocava órgão Hammond e explorava o instrumento como ninguém antes o fizera, e mais tarde descobriu o sintetizador Moog, com o que estabeleceu a base do futuro som do ELP (Emerson, Lake & Palmer).
Vênus (o Pequeno Benéfico), indicador do lado artístico, está na pouco feliz Casa VI, mas junto ao Lote (ou Parte, ou Roda) da Fortuna (o Terceiro Benéfico) e disposto por Júpiter (o Grande Benéfico) em Virgem na Casa III: de novo a questão da persistência (para compensar a pouca força das Casas cadentes III e VI), do perfeccionismo (Júpiter em Virgem), mas também com os três benéficos prometendo ventos favoráveis a quem enfrentar (e sobreviver a) a tempestade.
Mercúrio, envolvido nos processos mentais (conhecimento técnico) e habilidade manual, está conjunto e disposto por Marte em domicílio em Escorpião, resultando em muita atenção ao que faz, controle, intensidade, profundidade, velocidade e destreza.
Ou seja, Emerson tinha tudo para ser destaque com praticamente qualquer instrumento que exigisse destreza e alta qualidade técnica. Seu pai – que podemos associar a Saturno – era pianista amador; Emerson escolheu os teclados e fez com que esse fosse o instrumento principal dos grupos que formou (Nice, ELP, Emerson, Lake & Powell) e comandou.
E Jonathan Douglas Lord nasceu em Leicester (Inglaterra), em 9 de junho de 1941, sem horário registrado (ou pelo menos divulgado), o que nos impede de ver a distribuição dos signos e planetas pelas Casas do seu mapa – e consequentemente as dignidades acidentais – mas podemos ver as dignidades essenciais dadas pela posição dos planetas nos signos.
Saturno em Touro está na sua própria Face – uma dignidade (qualidade) menor – e disposto por Vênus em Câncer, que está na sua Triplicidade e Face, e disposto pela Lua. Aqui podemos ter uma relação arte-dedicação: ralar pela arte. Além disso, o pai (Saturno) de Jon era saxofonista amador e incentivou o filho a aprender música desde cedo, o que levou o pequeno Lord a iniciar os estudos de piano clássico aos cinco anos de idade. Jon aprendeu, cresceu em idade, experiência e conhecimento (Mercúrio, disposto pela Lua em Sagitário), dedicou-se a experimentações e explorações juntando Blues, música clássica e Rythm’n’Blues (entre outros estilos) e tirando sons inimagináveis de seus órgãos Hammond, causando a admiração expressa publicamente de Emerson e de Wakeman.
Junto com Ritchie Blackmore e Ian Paice Funda o Deep Purple – um dos expoentes máximos do Hard Rock – em 1968 e com eles mantém as rédeas do grupo até a dissolução em 1976. Toca no Whitesnake de 1978 a 1984, volta a formar o Purple em 1984 e segue na banda até 2002, quando resolve tirar o time de campo e seguir seu próprio caminho.
Analisando a vida e os mapas de Emerson e de Lord, fica evidente a importância de Saturno: ambos tiveram pais músicos e que os influenciaram decisivamente. Nossos indômitos tecladistas também se dedicaram a ralar, desde cedo, para ter uma sólida base musical e experiência, o que os levou a galgar as posições de comando nos principais grupos que formaram e em que tocaram.
No mapa de Emerson, Saturno é disposto pela Lua; no de Lord, Saturno está na exaltação da Lua: não basta ter técnica e conhecimento, é preciso ter emoção. A música de ambos, embora sempre virtuosa, jamais era fria. A Lua do mapa de Emerson também é dispositora do Ascendente (é quem representa a pessoa) e é disposta por Mercúrio: Lua da inquietação, do inconformismo. No mapa de Lord, a Lua é dispositora de Mercúrio e de Vênus e disposta por Júpiter: Lua da expansão, das novas fronteiras. Emerson adorou o som do órgão Hammond, mas foi um dos pioneiros do uso do órgão Moog e literalmente virava os bichos do avesso; Lord também adorou o som do Hammond, mas quando a maioria da galera dos teclados foi para o Moog, Lord continuou com o Hammond e levou seu som a patamares nunca dantes navegados.
Para encerrar, aqui vão dois exemplos do que faziam os dedos mágicos desses tecladistas geniais e fundamentais na história do Rock: o ELP tocando Hoedown (https://www.youtube.com/watch?v=N0FuFfcCZiE), com Greg Lake segurando a base no baixo, Carl Palmer fazendo a bateria dar ritmo com jeitão de solo, e os teclados de Emerson conduzindo e consolidando a avalanche sonora. E na icônica Highway Star (https://www.youtube.com/watch?v=7zKAS7XOWaQ), onde Deep Purple de Ian Paice, Ian Gillan, Roger Glover e Ritchie Blackmore e Lord parece uma competição de talentos, são os teclados de Lord que iniciam a música e vão até a última nota, além de dividir os solos com a esfuziante guitarra de Blackmore.
Gratidão pela companhia e até o próximo post!